quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Hoje sou...

Hoje sou um corpo sem alma,
A vela que se apagou.
O rio que secou,
O palhaço sem circo...

Hoje sou o que restou,
O cantor da banda que ninguém mais canta,
O artista que a ninguém encanta,
O espantalho que a ninguém espanta.

Hoje sou a estrela sem brilho,
O prato vazio do homem faminto,
O jogador que ninguém escolhe,
O brinquedo esquecido embaixo da cama.

Hoje sou tudo que não quero ser,
Pouco do que fui,
E nada do que esperei ser,
Hoje sou o Pierrot sem a Colombina.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Morte e Vida

Queria temer a morte
Assim como temo a vida
Com a morte não me importo
Mas a vida é muito sofrida

A morte encaro de frente
Pois sei que ela é certa
Pra ela não tem concorrente
Então deixo a porta aberta

Da vida eu tenho receio
Não sei o que espero
Não sei no que creio

Uma incógnita que sempre é certa
Sem saber onde ir
Sigo pelo caminho do meio

A morte virá de mansinho 
E de vagarinho eu sigo a viver 
Virá para um dia acabar
Com os males da vida
Que fazem sofrer. 

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sete mares

Fiz pedidos inconcebíveis
Suplicas exageradas
Por promessas não cumpridas
E ilusões declaradas

Sonhei com a vida que não tive 
Quis mudar a vida que levava
Na rotina achava que era livre
Enquanto sobreviver me aprisionava

Não ter o que já não tinha
E sentir o que já não sentia
Da falta a necessidade
Que fez  perder a  sanidade 

Pedidos e suplicas 
Mensagens subliminares
Viver o que não vivia
Sofrer pelos sete mares

sábado, 16 de agosto de 2014

O Tempo

E o tempo se fez desnecessário 
Por que a espera já não fazia sentido 
Mais uma vez se viu despedaçado
Todo seu sentimento diluído

O tempo que talvez curasse
Já não curava nem cicatrizava
Não aproximava, mas maltratava
E fazia voltar a doer

O tempo que levava a juventude
E trazia a maturidade e a velhice
Levava a saúde junto com as horas de sono quede perdiam

O tempo que era amigo
E agora tinha virado o tabuleiro
Se apresentando definitivamente 
Como inimigo verdadeiro

O tempo que se esvaía 
Como vento forte ou brisa
Levava o último suspiro 
Da Alma tão sofrida...

domingo, 29 de junho de 2014

Eu Vejo você

Você não olha pra mim,
Porque nao estamos no mesmo quarto, No mesmo bairro, na mesma cidade tão pouco no mesmo país. 

Você não olha pra mim
Porque não estamos perto
Mas eu sei estamos na mesma sintonia. 

Você não olha pra mim
Porque eu estou aqui e vc ai
Mas eu estou aí pra vc
E vc esta aí pra mim tbm

Você não olha pra mim
Porque eu estou longe
Mas meus dias já não são 
Os mesmos sem você. 

Você não olha pra mim 
Mas eu sei que você me vê
Porque mesmo sem te olhar 
Eu vejo você. 

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Para alguém especial, que chegou devagar e mudou meus dias...

As Vezes...

As vezes me pego pensando no tempo, na vida, no futuro
As vezes me pego sonhando, e sonhos planejando
Despercebido me pego pensando em alguém,
Sem saber explicar o porque, ou de onde vem esse pensar...

As vezes pessoas distantes ganham tamanha importância
Que o mundo seria pouco pra compartilhar,
Outras vezes pessoas próximas lhe causam dores
Que lugar algum no mundo lhe fariam esquecer...

As vezes, pessoas importantes se reduzem a meros conhecidos
E seus atos fazem isso não ter importância...
E com isso nos dão chances de perceber o mundo
Que ao mesmo tempo é enorme e minúsculo...

As vezes me pego pensando em você
Que surge como quem não quer nada
E vai tomando espaço, mesmo sem querer
E talvez querendo me faça perceber

As vezes percebo que penso em você
Mais do que quero, mais do que posso conter,
Mas penso em você porque quero
Pois penso em você porque quero querer...

O Auto Confinamento

O auto confinamento
É o mais incoerente de todos,
É o mais imprudente de todos,
E o mais perigoso de todos.

O auto confinamento
É onde você se prende em você
É onde você se perde em você
E onde a vida segue sem você.

O auto confinamento
É um bloqueio ao desejo alheio
É um desvaneio sem receio
É uma suplica sem culpa

O auto confinamento
É onde você se faz carcere
É onde você se faz escravo
E não percebe o estrago causado

O auto confinamento
É um lamento pelo sofrimento
É um descaso com o acaso
É um apelo ao desapego

O auto confinamento
É o que se sessa no momento
Em que o pensamento cai no esquecimento
E nos renova ao sentimento

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Corações cheios de pessoas vazias

Tenta-se entender, pois é impossível prever,
Sabe-se que é inevitável que certa hora há de doer.

Tenta-se sem sorte seguir a viver,
E a muito custo se continua a sobreviver.

Tenta-se esquecer pra não retroceder.
De um viver que retorna a doer.

Tenta-se entender, porque tanto sofrer,
Do prazer de viver e não sobreviver.

Tenta-se então entender pouco vale lembrar,
É melhor esquecer.


...

Com muito custo se desvencilha de tudo aquilo que consome,
De tudo aquilo que lhe tira o sono, de tudo aquilo que não soma...

Com o tempo, o próprio tempo já não basta, o tempo não passa...
E se beira a loucura