Hoje sou um corpo sem alma,
A vela que se apagou.
O rio que secou,
O palhaço sem circo...
Hoje sou o que restou,
O cantor da banda que ninguém mais canta,
O artista que a ninguém encanta,
O espantalho que a ninguém espanta.
Hoje sou a estrela sem brilho,
O prato vazio do homem faminto,
O jogador que ninguém escolhe,
O brinquedo esquecido embaixo da cama.
Hoje sou tudo que não quero ser,
Pouco do que fui,
E nada do que esperei ser,
Hoje sou o Pierrot sem a Colombina.